2022-06-01 Decoração;

Cloisonné

Antiga arte de esmalte sobre superfícies de metal.

Esta palavra deriva do francês cloison que significa divisão, compartimento.

 

A produção bizantina caracterizava-se pela técnica de cloisonné sobre ouro, nomeadamente em alfaias religiosas e joalharia. De Bizâncio a produção estendeu-se à Europa central aquando do casamento em 972, da princesa bizantina Teofânia (neta do imperador Constantino), com o imperador do Sacro-Império Romano-Germânico Otão II, que levou no seu dote peças de cloisonné bem como artífices desta arte. Os germanos substituíram o ouro por cobre, embaratecendo ainda mais a produção que depois se espalhou por toda a Europa, sendo os principais centros produtivos, os mosteiros. A fama destas peças propagou-se com a extraordinária produção das oficinas de Limoges.

 

A técnica do Cloisonné:

Acredita-se que a técnica de esmaltagem tenha surgido da necessidade de uma alternativa ao oneroso processo de adorno de peças de metal (ouro, prata, cobre e bronze) com pedras preciosas e semipreciosas por um processo mais barato mas de aspeto igualmente luxuoso.

A técnica de cloisonné consiste na aplicação de finas tiras de metal – cerca de 0,5 mm., que são soldadas perpendicularmente ao corpo de uma peça seguindo um padrão decorativo. O material mais utilizado é o cobre pela facilidade com que é maleável. As paredes miniatura criadas formam alvéolos que são posteriormente cheios com pó de esmaltes coloridos.  A peça é levada ao forno a cerca de 800º C, para que os esmaltes se derretam, se fundam com a superfície de metal e solidifiquem. Após a cozedura – diferente para cada cor, os esmaltes são polidos várias vezes e o metal das tiras dourado, adquirindo as peças um aspeto colorido e brilhante.

O termo ‘cloisonné’ provém da palavra francesa ‘cloison’ que significa divisória, cela.

O esmalte é uma matéria vítrea, composta por uma mistura de pederneira ou areia, chumbo vermelho e soda ou potássio, fundidos, estes materiais produzem um fluxo translúcido que é a base à qual se juntam os corantes. Os corantes são óxidos metálicos – cobre para o verde, cobalto para o azul, ferro para o vermelho, zinco para o branco, manganésio para o violeta e antimónio, chumbo ou prata para o amarelo – que introduzidos no processo de fusão resultam na cor. Após as misturas e a secagem, o esmalte é reduzido a pó.

Existe outra técnica de esmaltagem de metais; o ‘champlevé’, neste caso, os alvéolos são criados por depressões escavadas diretamente na superfície dos objetos.

 

O Cloisonné na China:

Segundo a tradição, a tecnologia do trabalho de esmaltes foi importada – provavelmente do Médio Oriente – no século XIV, aquando da presença Mogol na China – a dinastia Yuan (1279-1368).

Neste período chegaram muitos islâmicos à província de Yunnan (no sudoeste), de onde é proveniente o trabalho de cloisonné. Por outro lado, aquando da queda de Constantinopla, em 1453, vários artesãos bizantinos refugiaram-se na China, podendo estes ter também tido algum papel no desenvolvimento da técnica.

Em 1388, o letrado Cao Zhao no seu influente ‘Guia para o estudo das Antiguidades’ (Gegu Yaolun), desmereceu este tipo de trabalho, considerando-o estrangeiro e próprio dos apartamentos femininos. Poucos anos mais tarde, durante o reinado do culto imperador Xuande (1426-1435) da dinastia Ming, o cloisonné tornou-se muito apreciado, tendo sido largamente utilizado o novo corante vindo da Pérsia; o azul (à semelhança do que aconteceu com a porcelana).

No reinado do sétimo imperador da dinastia Ming; Jingtai (1450-1457), o cloisonné atingiu tal popularidade que o trabalho é conhecido como ‘jingtailan’, juntando-se o nome do imperador ao da famosa cor (lan=azul).

Em 1456, o letrado Wang Zuo refere os cloisonnés como sendo feitos por artesãos muçulmanos no sul da China, o que pode ajudar a esclarecer o facto de o cloisonné não ser tido como uma das artes tradicionais chinesas. São destes reinados as peças mais apreciadas. Uma técnica semelhante ao cloisonné foi utilizada desde a dinastia Ming na porcelana – a porcelana ‘fahua’.

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